Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço,
a figura dela, E vendo-a sempre de maneiras
diferentes do que a encontro a ela, Faço
pensamentos com a recordação do que ela é quando
me fala, E em cada pensamento ela varia de acordo
com a sua semelhança. Amar é pensar. E eu quase
que me esqueço de sentir só de pensar nela. Não sei
bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão
nela. Tenho uma grande distração animada. Quando
desejo encontrá-la Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois. Não sei bem o
que quero, nem quero saber o que quero. Quero só
Pensar nela. Não peço nada a ninguém, nem
a ela, senão pensar.
=Alberto Caieiro=
BRANCO-BRNC121
a figura dela, E vendo-a sempre de maneiras
diferentes do que a encontro a ela, Faço
pensamentos com a recordação do que ela é quando
me fala, E em cada pensamento ela varia de acordo
com a sua semelhança. Amar é pensar. E eu quase
que me esqueço de sentir só de pensar nela. Não sei
bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão
nela. Tenho uma grande distração animada. Quando
desejo encontrá-la Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois. Não sei bem o
que quero, nem quero saber o que quero. Quero só
Pensar nela. Não peço nada a ninguém, nem
a ela, senão pensar.
=Alberto Caieiro=
BRANCO-BRNC121
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