quarta-feira, 5 de outubro de 2011


Soneto do Amigo
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho
amigo Nunca perdido, sempre
reencontrado. É bom sentá-lo
novamente ao lado Com olhos que
contêm o olhar antigo Sempre
comigo um pouco atribulado E como
sempre singular comigo. Um bicho
igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover E a
disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não
explica Que só se vai ao ver outro
nascer E o espelho de minha
alma multiplica...


Vinicius de Moraes

BRANCO-BRNC121



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