Tu que me deste o teu carinho E que me deste o
teu cuidado, Acolhe ao peito, como o ninho
Acolhe ao pássaro cansado, O meu desejo
incontentado. Há longos anos ele arqueja Em
aflitiva escuridão. Sê compassiva e benfazeja.
Dá-lhe o melhor que ele deseja: Teu grave e meigo
coração. Sê compassiva. Se algum dia Te vier do
pobre agravo e mágoa, Atende à sua dor sombria:
Perdoa o mal que desvaria E traz os olhos rasos de
água. Não te retires ofendida. Pensa que nesse
grito vem O mal de toda a sua vida: Ternura
inquieta e malferida Que, antes, não dei nunca a
ninguém. E foi melhor nunca ter dado: Em te
pungido algum espinho, Cinge-a ao teu peito
angustiado. E sentirás o meu carinho.
E setirás o meu cuidado.
= Manuel Bandeira=
BRANCO-BRNC121
teu cuidado, Acolhe ao peito, como o ninho
Acolhe ao pássaro cansado, O meu desejo
incontentado. Há longos anos ele arqueja Em
aflitiva escuridão. Sê compassiva e benfazeja.
Dá-lhe o melhor que ele deseja: Teu grave e meigo
coração. Sê compassiva. Se algum dia Te vier do
pobre agravo e mágoa, Atende à sua dor sombria:
Perdoa o mal que desvaria E traz os olhos rasos de
água. Não te retires ofendida. Pensa que nesse
grito vem O mal de toda a sua vida: Ternura
inquieta e malferida Que, antes, não dei nunca a
ninguém. E foi melhor nunca ter dado: Em te
pungido algum espinho, Cinge-a ao teu peito
angustiado. E sentirás o meu carinho.
E setirás o meu cuidado.
= Manuel Bandeira=
BRANCO-BRNC121
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